Para responder a essa questão, precisamos entender antes que, sendo compostos de corpo e alma, somos uma espécie de “mistura” entre um animal e um anjo, e que muitas vezes a nossa vida de oração não progride porque estamos apegados à dimensão física ou animal da nossa vida interior. Aqui, convém esclarecer que nem tudo que está em nosso íntimo é de natureza espiritual. Há, em nosso interior, características que possuímos em comum com os animais, como, por exemplo, a imaginação. Nesse sentido, também as consolações estão mais ligadas ao âmbito físico-sensitivo do que ao espiritual.
Deus, porém, deseja que progridamos espiritualmente, saindo do nível meramente físico para realidades mais elevadas, de natureza verdadeiramente espiritual. E a porta de entrada para essa elevação, à qual nenhum animal tem acesso, é o amor.
O amor consiste em contrariar a própria vontade pelo bem do outro. Por exemplo, quando rezamos e percebemos que nossa vontade está sendo contrariada, precisamos amorosamente aceitar essa contrariedade e conformar a nossa vontade à de Deus. Nesse sentido, é preciso seguir o exemplo de Jesus no Horto das Oliveiras, não apenas imaginando a sua agonia a...