Ao iniciarmos nossa vida de oração, é muito comum termos uma série de consolações e reações afetivas, pois passamos a descobrir que Deus é um Deus vivo e que, neste trato de amizade que é a oração, encontramos um Amigo que alimenta e consola nosso coração. No entanto, essas consolações tendem a acabar e são seguidas por um período de grande aridez espiritual. Isso nos leva a questionar as causas dessa aridez.
Nesta aula, vamos tratar sobre a aridez causada por nós mesmos. Para isso, utilizemos o seguinte exemplo: quando uma pessoa decide ter uma vida de oração, ela passa a exercitar as virtudes, ter disciplina, mortificar-se e recolher-se interiormente, a fim de entregar-se por inteiro a Deus. Depois de um tempo de maior generosidade e penitência, pode ser que essa pessoa comece a relaxar e, por negligência, permita-se certas distrações que, mesmo não sendo pecaminosas, vão aos poucos a contaminando com o espírito mundano, que reaviva em seu íntimo o homem velho, guiado pela conhecida lógica do “foge da dor e busca o prazer”.
Então, justamente pelo ressurgimento do homem velho, a pessoa entra num período de secura e aridez espiritual, sem conseguir se concentrar...