Conforme vamos progredindo na meditação, percebemos a sublime realidade de que Deus habita em nós. Nosso Senhor Jesus Cristo traz a presença da SS. Trindade para o nosso coração.
A essa realidade nos habituamos por meio da comunhão. Mas, com o tempo, somos capazes de notar que esta presença está em nós até mesmo quando não comungamos. Então, começamos a nos recolher interiormente, pois percebemos que o tesouro escondido está dentro de nós.
A realidade do recolhimento ativo — que se distingue do recolhimento passivo, no qual a alma, de forma mística, é levada por Deus a recolher-se — é descrita por S. Teresa no capítulo 28 do Caminho de perfeição, como um esforço da alma pelo qual a própria pessoa se habitua ao recolhimento:
Este modo de rezar, mesmo vocalmente, recolhe o intelecto com muito mais rapidez, além de ser uma oração que traz consigo muitos bens. Chama-se recolhimento, porque a alma recolhe todas as faculdades e entra em si mesma com seu Deus; seu divino Mestre vem ensiná-la com mais brevidade e lhe dá a oração de quietude, de maneira que nenhum outro modo de oração propicia [1].Nesse recolhimento, a alma percebe que possui em seu interior...