Como a oração consiste em um encontro, é necessário primeiramente que haja duas presenças: a nossa e a de Deus. É isso que nos indica Jesus, ao ensinar aos discípulos a oração do pai-nosso: “Tu, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai que está no escondido” (Mt 6, 6). Esse recolhimento interior é indispensável ao encontro com Deus.
O problema aqui é que a maioria das pessoas reduz a oração a um ato de proferir palavras, ou seja, à oração vocal, que, na verdade, é apenas o primeiro nível de oração, no qual se encontram os iniciantes.
No entanto, antes mesmo de abrirmos os lábios, precisamos colocar-nos na presença de Deus. S. Teresa d’Ávila nos apresenta alguns conselhos muito relevantes para vivermos esse encontro com Deus. No Caminho de perfeição, capítulo 26, ela diz que, se fizermos bem a oração vocal, estaremos nos preparando para a oração mental, que é mais profunda e elevada. Para isso, antes de iniciarmos a oração, precisamos fazer primeiro um “exame de consciência” [1], analisando com sinceridade nossa situação naquele momento. Essa atitude é fundamental na vida de oração, pois a grande dificuldade das pessoas para se encontrar...