Depois de compreender o que é uma distração, precisamos entender as suas causas, pois não existem apenas as distrações voluntárias resultantes da nossa falta de virtude e de disciplina; há também as involuntárias, das quais não somos culpados. Essas distrações involuntárias possuem basicamente cinco causas:
1.ª) A primeira causa é intrínseca ao próprio objeto que queremos contemplar, que é de certa forma obscuro e difícil de alcançar, porque a nossa inteligência está acostumada com a luminosidade daquilo que vemos, mas não com a obscuridade do objeto da fé. Comparativamente, é como se pela oração enxergássemos algo em meio à penumbra da fé, sem muita clareza, enquanto a nossa inteligência está habituada a ver as coisas na luminosidade do dia-a-dia.
2.ª) A segunda causa refere-se à nossa natureza decaída, que faz com que nossa inteligência e vontade sejam constantemente afetadas por paixões desordenadas. Ou seja, devido ao pecado, as faculdades da nossa alma sofrem certa debilidade. Se não tivéssemos a mácula do pecado original, como Jesus e a Virgem SS., não teríamos essa dificuldade de rezar. Além disso, nós ainda não passamos pelo processo de purificação...