Estamos tentando compreender qual é a natureza da meditação cristã, que é bem diferente das meditações budistas, do yôga e de outras “técnicas” orientais, pois ela é um encontro de amor, e não um pensar sobre nada.
Muita gente confunde a meditação com uma espécie de quietismo, como se estivéssemos buscando um “nirvana”, um estado de letargia; na verdade, a meditação cristã é um empenho de amor.
O Pe. Antonio Royo Marín define a meditação como “a aplicação razoada da mente a uma verdade sobrenatural para convencer-nos dela e mover-nos a amá-la e praticá-la com a ajuda da graça” [1]. Destrinchemos aos poucos essa definição tão concisa e profunda.
Primeiro, a expressão “aplicação razoada da mente” indica que a meditação é uma realidade discursiva, que exige uma elaboração racional. Diferentemente dos anjos, não nos conhecemos de forma intuitiva, mas por meio de um discurso racional. Se não estivermos dedicados a um trabalho mental de “ruminar” uma verdade de fé como alguém que está a “roer um osso”, dificilmente conseguiremos meditar.
Se não temos essa atitude, é porque ou estamos distraídos ou já superamos a meditação e estamos em um estágio...