Comungar bem é fundamental para aqueles que desejam progredir espiritualmente. Para compreender a relevância espiritual da comunhão eucarística, precisamos olhar para outros meios de união com Cristo e, assim, constatar em que a Eucaristia se sobressai.
Quando, por exemplo, temos uma vida de oração íntima, recebemos a graça do Espírito Santo, que nos une a Cristo, a fim de que possamos amá-lo. No entanto, a eficácia da oração é ex opere operantis, ou seja, depende das disposições e ações da pessoa que a realiza.
Já os sacramentos, enquanto meios mais preciosos de nos unirmos a Cristo — sobretudo o da Eucaristia, em que Nosso Senhor se doa a nós e nos toca fisicamente —, possuem eficácia por si mesmos, ex opere operatur, isto é, independente de nossa ação, o Cristo age sobre nós, como se estivesse “batendo à nossa porta”. E cabe a nós abri-la, para recebê-lo como hóspede de nossa alma. Porém, se não lhe abrirmos a porta, Nosso Senhor passará e, porque lhes fizemos ouvidos moucos, perderemos a graça de nos encontrar com Ele. Aqui, convém recordar as palavras de Santo Agostinho: “Tenho medo do Deus que passa e não volta mais”: Timeo Deum transeuntem et non...