Na aula anterior, falamos sobre a aridez culposa, ocorrida por negligência da própria pessoa que se entregou à tibieza. Mas há também a aridez que surge por fatores alheios à sua vontade, seja porque teve algum problema físico, como doença, cansaço ou estresse, seja porque está com algum problema de índole moral, como discussões na família, perseguições ou preocupações.
Se Deus permite esse tempo de aridez, a solução é ser humilde, reconhecendo a incapacidade temporária de fazer oração mental e, em seguida, observar o conselho de S. Teresa: “Deveis fazer o que mais vos despertar o amor” [1]. E a grande Doutora da Igreja esclarece como realmente se manifesta esse amor:
É possível que nem saibamos o que é amar; isso não me espantaria muito, porque o amor não está no maior gosto, mas na maior determinação de desejar contentar a Deus, em procurar, na medida do possível, não ofendê-lO e pedir-lhe o aumento contínuo da honra e glória de seu Filho, bem como a prosperidade da Igreja Católica [2].Vemos, pois, que o amor não é um sentimento, mas um ato de vontade. Então, quando os sentimentos e as consolações desaparecem, ainda assim precisamos por amor perseverar...