Temos insistido, nessas primeiras aulas, em dar uma explicação geral sobre a natureza dos sacramentos. E isso porque a maior parte das dúvidas que surgem a esse respeito derivam de abordagens um tanto superficiais, que já partem para a descrição deste ou daquele sacramento, sem antes demonstrar o que eles são na realidade e quais transformações eles causam concretamente em nós.
Vamos, pois, antes de avançar, recapitular os fundamentos. Dizíamos que nós, de acordo com a nossa natureza, poderíamos, embora desordenados pelo pecado, conhecer algo de Deus e, por consequência, amá-lo. No entanto, mesmo com esse conhecimento e esse amor, por melhores que fôssemos, não iríamos para o Céu, pois estar no Céu é conhecer a Deus como Ele se conhece e amá-lo como Ele se ama; é, em uma palavra, participar da felicidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Portanto, para alcançar a beatitude celeste, é preciso que o ser humano se purifique da mancha do pecado e tenha a sua natureza elevada, o que se faz pela graça, que é, ao mesmo tempo, sanante e elevante.
Para entendermos melhor a mudança que a graça realiza em nossa natureza, tomemos um exemplo. Imagine uma...