Na aula passada, falávamos sobre o precioso tesouro que se esconde sob os Sete Sacramentos. Mas, vale acrescentar uma coisa: só a partir do Novo Testamento, os Sacramentos tornaram-se a forma típica de Deus nos salvar. Ou, dito em outras palavras: no Antigo Testamento, não havia essa realidade sacramental. Os Sacramentos não existiam antes da Encarnação de Nosso Senhor e não existirão no Reino do Céu. Trata-se de um fenômeno salvífico dos nossos tempos, o tempo da Igreja.
Recapitulando: Deus criou Adão e Eva na graça santificante. Tinham eles, no paraíso, a capacidade sobrenatural de, respeitados os limites da criatura, conhecer a Deus como Deus se conhece e amar a Deus como Ele se ama. Mas isso perdeu-se com o pecado. Aliás, não só se perdeu a graça santificante, como também a própria natureza humana terminou um tanto desordenada. A luz da inteligência turvou-se; o fogo do amor tornou-se em flébeis centelhas, perdidas na cinza fria. Antes, Adão olhava a mulher como um ícone de Deus; agora, Eva era-lhe um ídolo. Passou de janela que se abre ao Criador, a espelho que só reflete a criatura.
Deus, que é maravilhoso, querendo reerguer o homem decaído,...