Vimos na aula passada que o matrimônio é uma instituição natural, criada por Deus. Ou seja: existe uma inteligência divina que criou as coisas, e, portanto, elas têm uma lógica, uma razão de ser, de acordo com os desígnios de Deus.
Precisamos ressaltar essa aparente obviedade porque, ao longo dos séculos, por influências de filosofias platônicas e neoplatônicas, e por influência de heresias gnósticas e maniqueístas, introduziu-se um ataque ao matrimônio, como se fosse ou um mal permitido, devido à Queda, ou ele mesmo um pecado que se devia evitar.
Expliquemos. Para os platônicos, o que importa mesmo, o que é a verdadeira essência do ser humano, é a alma. O corpo, claro, faz parte, mas de uma forma muito extrínseca. Ora, influenciados por essa perspectiva, houve entre os Padres gregos a suposição de que Deus teria criado o homem assexuado. A sexualidade humana e por corolário o matrimônio seriam consequências do pecado original. Os autores orientais, mesmo os “ortodoxos” não católicos, aceitam que o Matrimônio é um sacramento. Todavia, existe no cristianismo Oriental, e também no Ocidental, essa corrente, essa ideia de que o corpo, se não é mau, pelo menos...