Jesus Cristo, Deus feito homem, sofreu sua paixão e morte de cruz porque as quis sofrer voluntariamente. É Ele mesmo quem o diz, conforme o testemunho do evangelista: “Dou a minha vida para a retomar. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir” (Jo 10, 17-18).
E a reassumiu efetivamente quando, na manhã do domingo de Páscoa, ressuscitou dentre os mortos. Por isso, podemos dizer que a morte de Nosso Senhor foi, ao mesmo tempo, violenta e voluntária: violenta por parte dos que, por permissão sua, o mataram; e voluntária, porque foi Ele mesmo quem se entregou à morte, por obediência ao Pai e para nos salvar.
Ora, depois de ter-se humilhado voluntariamente por amor a Deus, Cristo mereceu ser exaltado e que em sua humanidade santíssima resplandecesse, por fim, todo o fulgor de sua divindade. A partir de sua gloriosa ressurreição, portanto, o Corpo de Nosso Senhor passa a manifestar em plenitude todas as consequências de sua união pessoal com o Verbo.
Antes, por disposição de Deus em ordem à nossa redenção, o resplendor do Filho — assumida a forma de servo — não transparecia em seu Corpo, sujeito...