Jesus Cristo, como vimos até agora, é uma pessoa divina, em tudo igual ao Pai, em poder, glória e majestade. Disso dá testemunho a conhecida profissão de S. Pedro, narrada em Mt 16, 16 e reiterada séculos depois, de forma solene e dogmática, no Concílio de Calcedônia: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. Jesus é não só o Cristo, o Messias ungido, mas também uma pessoa divina: concretamente, o Filho eterno do Pai.
Logo após a resposta de Pedro, em que se destaca sua origem divina, Jesus inicia com os Apóstolos um importante diálogo em estreita dependência de sua condição, há pouco revelada, de Verbo feito carne. Uma vez reconhecido como o Filho de Deus, o Senhor passa a explicar-lhes detalhadamente sua identidade messiânica: “Desde então”, ou seja, desde a confissão de Pedro, Ele “começou a manifestar a seus discípulos que precisava ir a Jerusalém e sofrer muito” (Mt 16, 21).
Em outras palavras, Jesus nos mostra aqui que o núcleo de sua missão — o ponto central de sua identidade de Filho encarnado — é ser vítima de propiciação, é ser sacrifício de amor. Por isso, podemos dizer com propriedade que Ele é, ao mesmo tempo, sacerdote e vítima.
Quanto ao...