Vimos que, com sua Ascensão aos céus, Jesus inaugura uma nova forma de estar presente no meio de nós. No entanto, para que essa presença se concretize, é necessário o envio do Espírito Santo. Temos uma prova disso naquelas palavras que o Senhor dirige aos Apóstolos durante a Última Ceia: “Convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei” (Jo 16, 7).
A palavra “paráclito” (do grego παράκλητος), aplicada à terceira pessoa da SS. Trindade como um de seus vários nomes, pode ser traduzida como “advogado”, embora signifique também “consolador”. Essa dualidade de sentidos, que mais se complementam do que se opõem, indica a dificuldade que temos de abarcar com um só conceito a riqueza infinita da ação do Espírito divino.
De fato, o Espírito Santo é talvez, das três pessoas da SS. Trindade, aquela que mais dificuldades temos de compreender e na qual, geralmente, menos pensamos. Não por acaso, um teólogo do século passado dizia que o Espírito Santo é, no fundo, um grande “desconhecido” [1]: seja por falta de doutrina, seja por falta de devoções ou festas a Ele consagradas, o fato é que muitos cristãos de hoje podem...