Vimos na aula passada que a fé se apóia, em certo sentido, nos chamados motivos de credibilidade, que são como os pórticos ou as antessalas que, mostrando-nos a razoabilidade de crer e comprovando-nos o fato histórico da Revelação, motivam nossa inteligência, iluminada pela graça, a assentir às verdades que Deus nos revelou.
No entanto, esses motivos de credibilidade, como também já advertimos, apenas nos preparam para a fé, uma vez que não são, em si mesmos, capazes de suscitá-la em nós; a fé, com efeito, é um dom de ordem sobrenatural que só a intervenção da graça de Cristo, vivo e ressuscitado, pode acender em nossas almas.
Essa intervenção é muitas vezes silenciosa e progressiva. À medida, pois, que nos vamos abrindo à fé, o Senhor nos vai concedendo, ao mesmo tempo, as luzes para reconhecê-lo, à semelhança daqueles discípulos de Emaús que, depois de sentirem arder o coração enquanto ouviam a Jesus ressuscitado, finalmente o reconheceram na bênção do pão: “Então”, narra o evangelista S. Lucas, “se lhes abriram os olhos e o reconheceram” (Lc 24, 31).
Mas as coisas não param por aí. A fé católica, além de ser uma realidade pessoal, é também, e...