Jesus Cristo é a plenitude da revelação divina e, por isso mesmo, o nosso único Salvador. De fato, como nos recorda a constituição dogmática Dei Verbum, do Concílio Vaticano II, Deus quis revelar seu desígnio salvífico aos homens a fim de os tornar participantes dos bens divinos, ou seja, a fim de os salvar da escravidão do pecado e introduzi-los na alegria de sua própria vida íntima.
Deus revela-se salvando-nos e salva-nos revelando-se a si mesmo. Por causa disso, não podemos considerar a Jesus Cristo como simples modelo de vida moral nem como mero transmissor de um conjunto de ensinamentos. Embora o Senhor seja, sim, modelo de todas as virtudes e portador de uma doutrina divina, Ele é, antes de tudo, um acontecimento: seus gestos e palavras, seus atos e pronunciamentos são, em si mesmos, revelações de Deus e ações verdadeiramente salvíficas.
Ora, de todas as ações de Cristo nenhuma é mais reveladora e, portanto, mais salvífica do que o mistério de sua Páscoa, quer dizer, de sua passagem pelo vale da sombra da morte e sua entrada triunfante na glória da Ressurreição, como solenemente recordamos todos os anos na liturgia do Sagrado Tríduo da Paixão.
Após...