Os Dez Mandamentos, como já dissemos, foram gravados em duas tábuas como para separar as duas realidades a que se referem: numa delas, fala-se do amor a Deus; na outra, do amor ao próximo. As três primeiras Leis que estudamos são da primeira tábua: “Amar a Deus sobre todas as coisas”, “Não invocar o santo Nome de Deus em vão” e “Guardar os domingos e festas de preceito”. Agora, inaugurando uma nova fase do curso, passaremos à segunda tábua.
Mas, antes, importa lembrar que Cristo resumiu esses dois princípios do Decálogo na fórmula: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Ora, esses dois Mandamentos não estão sobrepostos, como querem alguns. Seja por questões ideológicas, seja por tendências particulares, há pessoas que enfatizam uma das tábuas, como se elas competissem entre si. Dizem uns que o mais importante é a vida contemplativa, mais voltada a Deus; argumentam outros, que o melhor é a vida ativa, devotada ao próximo. Aqueles dão primazia à primeira tábua; estes são mais atentos à segunda. Agem, portanto, como se houvesse dois caminhos diferentes, o que não é verdade. O amor a Deus e o amor ao próximo estão naturalmente coordenados...