Para Adão, no paraíso, todas as coisas falavam de Deus. Tudo era-lhe imagem de Deus. Os protestantes sempre alegam que nós, católicos, somos idólatras por termos imagens nas casas e nos templos. O que lhes falta, e por isso julgam mal, é distinguir as duas funções das imagens: a de nos levar para Deus e a de nos afastar dele. Por exemplo, o filme A Paixão de Cristo, que faz grande sucesso entre os protestantes, é uma imagem. Imagem em movimento, por tratar-se de cinema, mas é. Num violento contraste, podemos dizer que também é imagem um filme pornográfico. A diferença, muito fácil de notar, é que o filme de Mel Gibson nos arremessa para o Céu, enquanto o outro nos faz ficar hipnotizados na criatura, no mundo cá embaixo, de modo a esquecermos de Deus. O primeiro, por isso, é um ícone; o segundo, esse, sim, é um ídolo.
No paraíso, todas as coisas eram para o homem ícones, eram vestígios, ou sinais, que apontavam para Deus. Foi o pecado e a distorção que ele causou em nossos primeiros pais o que deu às coisas criadas a potencialidade de ídolo. O fruto proibido é símbolo dessa realidade: das coisas criadas que nos fazem esquecer o Criador.
O homem, como já vimos,...