Vamos agora falar, de modo mais direto, do que é lícito e ilícito no ato conjugal. E a primeira dificuldade que se apresenta é aquela de que já fizemos menção: estamos numa cultura pornográfica. Daí que o referencial de sexo de boa parte das pessoas seja aquilo que elas viram na pornografia, que lhes manchou o imaginário. É preciso, portanto, levar a sexualidade de volta para o projeto inicial de Deus.
No Paraíso, Adão, depois de ter visto todos os animais e se sentido só em companhia deles, olhou para Eva e disse: “Esta, sim, é carne da minha carne e osso dos meus ossos”. Daí que a sexualidade humana tenha uma característica sublime, superior à dos animais. A sexualidade humana é o encontro de duas pessoas, que se colocam frente a frente. Aliás, tendencialmente — não se trata de uma regra —, o ser humano é o único dos animais que pode realizar o ato sexual olhando para o rosto do outro.
Porém, feridos pelo pecado original, homens e mulheres desenvolveram a tendência idolátrica de coisificar o outro, de transformar o parceiro num objeto.
Por que tendência idolátrica?
Como já vimos, ao homem se abrem duas possibilidades: a primeira é a de se fazer...