Lamentavelmente, as pessoas tendem a esvaziar o significado do 2.º Mandamento, que diz: “Não tomarás o nome de Deus em vão”. A crença geral é de que o pecado contra essa lei acontece quando, ao cair um objeto no chão, exclama-se: “Meu Deus!” Ora, isso não é pecado. É uma imperfeição que precisa ser corrigida, um cacoete, um mau hábito, mas não é pecado.
Para entendermos o que é pecar contra o nome de Deus, precisamos lembrar que, desde a Queda, a tendência humana é inverter o relacionamento com o Criador. Por isso, existe a proibição de se fazer imagens. O homem que pega o barro, molda-o à sua imagem e o adora, está evidentemente distorcendo a realidade e colocando-se na posição do Senhor. E o pecado contra o nome de Deus deriva da mesma inversão.
A palavra de Deus é performativa. Ela tem consistência no ser. Deus fala e produz-se a realidade. “Faça-se a luz” (yehi ’owr wayehi-’owr), disse o Senhor; e a luz se fez. A palavra humana não é assim. Nossa palavra pode ser vã, vazia. Nossa palavra não tem correspondência exata com o ser, porque podemos nos enganar (sermos ignorantes) ou enganar os demais (sermos maliciosos). Apesar disso, a soberba do...