Depois de falar da mentira e da revelação de segredo, gostaríamos agora de falar de um assunto bastante delicado: o juízo temerário.
Os outros pecados com relação ao 8.º Mandamento são, por assim dizer, mais externos, dizem respeito à fala. E, de fato, o juízo temerário também é um pecado que diz respeito à fala, mas que nasce de um pecado interno. Ou seja, ele acontece quando, sem base sólida, sem indícios suficientes, acusamos uma pessoa de um defeito moral.
O juízo, em si mesmo, é um ato interno; a coisa se torna mais grave quando exteriorizamos esse juízo. Trata-se de uma matéria bastante delicada, que precisa ser esclarecida, porque, normalmente, ficamos entre dois abismos: de um lado, os escrupulosos, acusando-se, equivocadamente, de fazer juízos temerários o tempo todo; do outro, os laxos e desatentos, que fazem constantes juízos temerários e não se dão conta.
Pois bem, em Lógica, juízo é uma afirmação ou negação que se faz sobre algo, do tipo: “o quadro é verde”. É juntar um sujeito a um predicado. No entanto, não estamos no campo da Lógica, mas no da Moral. Nesse caso, atribui-se a uma pessoa uma qualidade ou um defeito moral — juízo de...