Continuemos nossas reflexões acerca do 5.º Mandamento: “Não matarás”.
Partindo do mesmo princípio que fundamenta a condenação ao aborto, ao suicídio e à eutanásia — o princípio de que nós, seres humanos, não somos senhores da vida e da morte, dignidade exclusiva de Deus —, partindo disso, vejamos o que há de problemático e pecaminoso nos métodos de fecundação artificial.
Muitos casais, hoje, por causa de uma dinâmica social típica do mundo contemporâneo, adiam indefinidamente a concepção — com tudo de malicioso que isso implica, como já vimos e ainda veremos. Expliquemos pelo contraste. Antigamente, os jovens casados iniciavam a vida matrimonial amparados por casais mais velhos. Tínhamos ali uma família estendida, onde o patriarca e a matriarca proviam aos mais novos, quando preciso, socorro material e afetivo. Agora é diferente. Quando os jovens se casam são abandonados à própria sorte. “You are on your own”, como dizem os ingleses. Via de regra, não estão bem estabelecidos em suas carreiras, não têm patrimônio, estão ainda em busca de uma casa, de um carro, acumulando dívidas. Não que seja justa justificativa, mas, nessa situação, o casal, no mais das...