Todo o mundo conhece a frase bíblica: “O que Deus uniu o homem não separe” (Mt 19, 6). No entanto, muitas pessoas acham que a indissolubilidade do matrimônio é uma lei ultrapassada, que já caducou, e que a Igreja deveria se “atualizar”, já que — dizem — os tempos modernos são diferentes. Essa é a conversa que gira na nossa cultura, porque, sendo cultura da morte, ela é antifamília, já que a família é o santuário da vida. Por isso os próceres dessa cultura querem que a família seja vista como uma empresa, em que as pessoas são facilmente descartáveis, substituíveis. Primeiro, os filhos são descartados com o aborto; depois, os cônjuges se descartam, com o divórcio; por fim, os filhos descartam os pais com a eutanásia. O principal projeto da cultura da morte é a completa destruição da família.
Como, porém, responder a esta acusação de que, nos nossos dias, não vale mais o princípio da indissolubilidade matrimonial?
A primeira coisa que devemos ter em mente é que essa objeção contra o casamento indissolúvel não é novidade moderna. No capítulo 19 do Evangelho de São Mateus, Jesus diz aos fariseus: “Moisés concedeu o divórcio por causa da dureza do vosso...