Desde que foi promulgado, o Concílio Vaticano II tem suscitado dois tipos de hermenêuticas: a de continuidade, na qual ele é lido em consonância com os concílios que o precederam, não propondo uma "nova" Igreja, mas reforçando o que sempre fora ensinado, trazendo apenas uma nova roupagem de modo a atingir o homem hodierno. E a de ruptura, cujo nome já diz, propõe uma Igreja "pós-conciliar", que rompe com o que sempre foi ensinado por ela.
O Papa Bento XVI propõe a hermenêutica da continuidade, que nada mais é do que interpretar o Concílio numa continuidade eclesial para dele auferir seus verdadeiros frutos. No ano 2011, o Papa Bento XVI publicou a constituição apostólica Porta fidei, lançando o Ano da Fé, na qual relembrou a hermenêutica da continuidade, dizendo:
"Sob alguns aspectos, o meu venerado Predecessor viu este Ano como uma «consequência e exigência pós-conciliar», bem ciente das graves dificuldades daquele tempo sobretudo no que se referia à profissão da verdadeira fé e da sua reta interpretação. Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para...