Por estar fora do seu centro, dizemos que o homem é um ser excêntrico. Em seu coração existe um desejo, uma insatisfação que nada consegue suprir ou apaziguar. A respeito desse "vazio", Santo Agostinho nos diz:
Vós sois grande, Senhor, e altamente digno de louvor: grande é o vosso poder, e a vossa sabedoria não tem medida. E o homem, pequena parcela de vossa criação, pretende louvar-vos, precisamente o homem que, revestido de sua condição mortal, traz em si o testemunho de seu pecado e de que resistis aos soberbos. A despeito de tudo, o homem, pequena parcela de vossa criação, quer louvar-vos. Vós mesmo o incitais a isto, fazendo com que ele encontre suas delícias no vosso louvor, porque nos fizestes para vós e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em vós. (Santo Agostinho, Confissões, I, 1,1)A cosmovisão de Santo Agostinho era completamente diferente da atual. Na época, acreditava-se que tudo o que existia no mundo era formado por quatro elementos essenciais: terra, ar, fogo e água, e que cada elemento, por sua vez, possuía o seu lugar exato. Tais elementos atrairiam seus correspondentes em tudo que há. Por exemplo, quando uma folha de papel era...